18 de dezembro de 2024

Imagem: ILHÉUS 24H

Era para ser apenas mais uma cerimônia de diplomação. Formal, solene, com discursos que falam sobre democracia, compromisso e futuro. Mas Ilhéus, com seu talento nato para acontecimentos inusitados, sempre arranja um jeito de quebrar o protocolo. Nesta terça-feira (17), o vereador Nerival mostrou que o título de “cidade do improvável” não é à toa.

Ao ser chamado para receber o diploma das mãos do juiz Alex Venicius Campos de Miranda, o parlamentar surpreendeu a todos ao se ajoelhar. Sim, ajoelhar-se, como se estivesse prestes a rezar, pedir ou agradecer. O gesto foi tão inesperado que fez os presentes se entreolharem, como quem diz: “O que foi isso agora?”

Se a intenção era marcar presença, ele conseguiu. Só que o ato não veio desacompanhado de especulações. Nerival é um dos vereadores reeleitos que pode perder a cadeira na Câmara Municipal devido ao imbróglio envolvendo dois partidos políticos. O PMB, por exemplo, esbarrou em problemas na cota mínima de candidaturas femininas, o que pode anular mais de 5 mil votos e revirar todo o cálculo eleitoral. Se isso se confirmar, a cadeira do PMB pode ir parar nas mãos de Cláudio Magalhães (PCdoB).

Nerival, por sua vez, foi o último a entrar na cota do PSD, que também corre riscos de perder uma vaga no recálculo. Somado a isso, o AVANTE, que já garantiu uma cadeira, pode ganhar mais uma, beneficiando Fabrício Nascimento, o segundo mais votado do partido. Com tanta coisa no ar, o gesto do vereador reeleito se torna ainda mais simbólico: um pedido de salvação ou um ato de fé?

As respostas não vieram. O ato ficou por isso mesmo, deixando apenas o silêncio e o burburinho da plateia. Talvez Nerival tenha apenas seguido o velho ditado: “Em tempos de incerteza, melhor ajoelhar e rezar.” Ou, quem sabe, ele tenha feito uma jogada política de mestre: protagonizar o momento mais comentado da cerimônia.

Texto do Ilhéus Eventos

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